"Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo, dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a Saudade...
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade de um filho que estuda fora. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu, do amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto mas sabiam-se lá. Você podia ir para o dentista e ele para a faculdade mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia todo sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã. Contudo quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade, é basicamente o não saber..."
Comentários
Postar um comentário